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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Encontro louco

Fui a um encontro recentemente
eu e uma menina bem inteligente
o problema é que não fomos à sós
ela levou uns amigos

Então estávamos lá
eu, ela e os amigos
nos divertimos, é verdade
mas, por que ela tinha que fazer isso?
é algum tipo de capricho?

Ela me roubou o coração
com seu jeitinho diferente
com seu olhar atraente
ela me prende a atenção 

Compramos um sorvete
eu, ela e os amigos
assistimos um filme
eu, ela e os amigos

Esse encontro foi estranho
mas o que importa...
o que importa mesmo
é que ela estava lá

Essa menina me tira do sério
e me tira de casa
e me leva à um encontro
queria que fôssemos só nós

Encontro louco  

quinta-feira, 21 de abril de 2016

O grande prédio

Tive um sonho esquisitão hoje
um prédio gigante estava afundando
na verdade o maior prédio do mundo
estava meio que se enterrando aos poucos
e eu estava atrás de uma guria
na verdade estava atrás de três

Sonhei isso hoje à tarde
é, foi um desses sonhos de tarde
e não é a primeira vez que vejo esse prédio
e não é a primeira vez que vejo essas gurias
tomara que não seja a última  

terça-feira, 19 de abril de 2016

É assim que as coisas são

Eles viam mudança
toda vez que o clima começava mudar
eles tinham esperança
achavam que um novo mundo podia aflorar
mas nem sempre o sol brilha como deveria
eu te deixei esperando por muito tempo
e, de novo, esqueci de fazer a lição de casa
joguei o jogo errado e os observei jogar
aquém da situação, isento de qualquer preocupação
eu repito em alto e bom som "É assim que as coisas são"
É assim que as coisas são

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Banheiro feminino



Era sexta à noite e Dave havia acabado de assistir a um filme.
- Então... O que você está fazendo aqui? – perguntou um desconhecido barbado a Dave – Sabe. O filme já acabou. – deu uma risada e uma tragada num cigarro. Os dois estavam encostados na parede em frente ao banheiro feminino.
- Estou esperando a minha mulher. – disse Dave. Deu uma golada num refrigerante e abriu um bocejo gigante - Kate.
Sim. O desconhecido barbudo estava fumando e Dave estava tomando um refrigerante. Cada um tentando se distrair como podia. Isso os dois encostados em uma parede em frente ao banheiro feminino. Eles estavam ali enquanto ao redor do mundo uns estupros rolavam e alguém perdia seu “verdadeiro amor” para uma doença incurável. É. Eu sei. Nada de especial.
- Então parece que estamos em uma situação bem parecida. – o estranho barbudo deu uma olhada nas bundas que passavam por ali e continuou – Estou esperando a minha namorada. Michele. E, sabe, não faço a mínima ideia de quando ela vai sair desse buraco. Fico imaginado o que tanto as mulheres fazem dentro do banheiro. – a cada tragada a ponta do cigarro encandecia com um laranja vivo - Dar uma mijada não dura nem três minutos HAHA.
- É, cara. É. Isso é estranho. – mais um gole no refri - O pior é que eu já me acostumei.
- Mas, sabe. Tem uma vantagem nisso aí.
- Tem? – perguntou Dave.
- Sim. Pelo menos a gente tem um intervalo das patroas pra poder dar uma olhada nas bundas alheias. – o barbudo estranho abriu um sorrisão e apreciou mais uma beldade que passava por perto.
Se formos falar de mulher por metro quadrado, aquela era sim uma baita noite. Até parecia que todas as gostosas da cidade haviam resolvido ir ao cinema juntas. Tudo numa noite só. E, não só haviam ido, mas também haviam ido com suas roupas mais transparentes, provocantes e apertadas.  Desfilavam pra cá e pra lá. Com seus lábios vermelhos. Pra lá e pra cá. Com os melões saltando pra fora. Pra lá e pra cá. Como se fosse uma competição passional degenerada doentia. E, na verdade, era.
- E que bundões meu irmão!
Essa requebrava um pouco exageradamente.
- É. Este é realmente um belo exemplar – disse Dave.
O refrigerante acabou.
- Gavin. – disse o estranho barbudo ao se apresentar. Os dois apertaram a mão um do outro (aparentemente sem motivo algum. Aparentemente) e Dave também se apresentou.   
- Me chamo Dave – disse Dave – Dave, tipo o cara do filme.
- É só que o cara do filme era bem mais rico e fodido que você.
- HAHAh, verdade, mas, a semelhança no nome já basta.
Gavin esbaforiu a fumaça do cigarro e apontou para uma mulher.
- Vê aquela ali?
- Qual?
- Aquela ali – estava um pouco distante e de costas, sentada em um banco. Parecia ter um rabão – Gostosa pra caralho, mas, sabe como é, quando elas são muito gostosas ou muito inteligentes sempre tem um porém.
- Ah é? E qual é o problema dessa?
- Parasita do pior tipo.
- Sério? Deixa eu adivinhar. Não me diga que depois de contar um monte de mentiras cretinas você a embebedou, levou a seu apartamento e fodeu-a. Fodeu-a de novo e de novo. Aí então vocês tiveram uma espécie de relacionamento relâmpago, saíram algumas poucas vezes e logo depois de você já ter decorado todas as partes do corpo dela você quis sair de mansinho, fingir que nada tinha acontecido... Tirar o carro da reta – Dave gesticulou -, mas, ela não gostou nem um pouco da ideia. Daí passou a ficar meio paranoica e começou a te perseguir. Foi isso?
- Pô. Foi exatamente isso!!! HAHA. Cara, gostei de você – e mais uma tragada – Sabe, o mundo está cheio de idiotas. Encontrar alguém esclarecido feito você é raridade. Você devia entrar no meu clube do livro. 
- Espera aí. Você tá me cantando?
- Não porra! – os dois riram aos montes.
Mais uma tragada e mais uma olhado nos ponteiros do relógio. Quantos minutos já haviam passado? O que será que estava rolando naquela porra de maldito banheiro feminino? Será que um minuto lá dentro equivalia a dois minutos lá fora? Ou seriam três? Algum tipo de anomalia espaço-temporal poderia existir ali. Quem sabe até, um minuto lá dentro poderia equivaler a quatro minutos lá fora. Quem sabe? Eu não sei.
- Clube do livro? – perguntou Dave – Não parece muito a tua cara. 
- O quê? Um maluco tatuado fumante e, provavelmente, infectado não pode ser um leitor assíduo? Vai se foder!
- Não, não. Não é isso. É que... Leitor assíduo tudo bem, mas... Não imaginei que tu fosse do tipo de pessoa que frequenta esse tipo de reunião. Sacou?
- Não só frequento como também sou eu quem manda naquela joça. Todo santo domingo.
Dave levantou uma das sobrancelhas e olhou desconfiado com um olhar especulativo.
- Nossa. Você é o “presidente”? Isso é interessante. Hm. Deixa eu adivinhar. Bukowski. Vocês estão lendo Bukowski, né?
- Não seu imbecil. Esse foi no mês passado. Agora estamos lendo Dostoievski.
- Dostoievski? Me passa o endereço que eu apareço por lá.
De repente, não sei de onde, eis que surge uma agenda verde e uma caneta preta. O endereço foi anotado.  
- Tem alguma mulher nesse tal clube? – perguntou Dave.
- HAHA, pensei que tu fosse casado, porra.    
Mais uma tragada e mais uma olhado nos ponteiros do relógio. O movimento já parecia estar diminuindo.  Mesmo numa baita sexta à noite, uma hora as salas param de encher tanto e as mulheres vão se espalhando pela cidade feito formigas que já sugaram todo o doce do suco derramado. Mas, por enquanto houvesse uma ou outra bunda passando, o cinema não fecharia e o tédio não se apossaria do lugar. Ainda bem. Pois as pipocas continuariam na promoção e a meia-entrada continuaria valendo. E compre um combo grande e ganhe um pôster exclusivo. Ainda bem. E ofereça uma cerveja e lute por um retorno. Ainda bem. Mas e Kate e Michele? Onde raios estão essas mulheres!? Ah, sim. Estão no banheiro feminino. 
- Vamo lá da uma olhada? – sugeriu Gavin o barbudo mal encarado tatuado.
Dave o olhou meio receoso. Ele sabia que não era uma boa ideia. Não era uma boa ideia. Invadir o banheiro feminino assim sem mais nem menos. O que isso poderia dar? Sim, havia um motivo, mas, era motivo suficiente? Será que uns minutinhos de demora seria justificativa suficiente para invadir o banheiro feminino?  Isso podia acabar muito mal.
- Não sei não. – disse Dave.
Quanto tempo já havia passado?
- Mano, já tamos aqui a um tempão. Deve ter algo de errado lá dentro. – disse Gavin em tom explicativo – Vamo só dar uma olhada. Esclarecer a situação.
- Hm. – Dave pensou – Não sei se deveríamos.
Uma olhada no relógio. Uma tragada no fumo.
(Offtopic sobre o relógio de Dave: Era um relógio bem da hora. De marca. Todo prateado, a prova d’água, com acesso a internet e parecia ter custado uma grana preta. Bem que eu queria ter um desses).
Mais uma olhada no relógio. Mais uma tragada no fumo.  Uma olhada no teto decorado e uma vistoriada nas poucas pessoas que estavam ao redor. Nas pernas despidas e nas mãos ocupadas. O que há de errado conosco? Os vestidos escondem o que todos querem ver e, por outro lado, os olhos revelam o mais intimo.
- E se tiver um monte de mulher pelada lá dentro? – perguntou Dave.
- Horas! É por isso mesmo que eu quero entrar lá! – respondeu Gavin eufórico.
- Não sei... Não sei. Não parece certo. 
- Tá. Façamos assim. Nós entramos no banheiro feminino, com todo o cuidado, e qualquer consequência que isso venha causar será de total responsabilidade minha. Ok?
Dave pensou mais um pouco. E se eles estivessem sendo imprudentes ali? Tu já viu mulher braba? Pois é, Kate braba é um porre mil vezes pior!
- O que me diz?
 - Certo. Vamos lá.
Os dois se aproximaram lentamente da porta do banheiro. A luz do ambiente interior parecia diferente. Meio azulada esbranquiçada. Dando um ar místico ao local.
- Espera! – disse Dave – Nada de câmeras!   
- Arffs. Por que não?
- Porque não quero que você filme a minha mulher pelada!
Gavin guardou a câmera com muita relutância e logo os dois voltaram a se aproximar da porta. Mais um passo e estariam atravessando o limite entre o piso comum e o piso do banheiro. Não haveria volta.
- Shhhhhhhh, silêncio!
Empurraram a porta e entraram. A porta rangeu e logo foi voltando automaticamente devagarzinho ao seu devido lugar. Atravessaram uma coisa que poderia ser chamada de... de “entrada”? E então chegaram ao centro do negócio. Um lugar quadrado e branco.
Eles estavam dentro! Pela primeira vez eles estavam dentro de um banheiro feminino! Um banheiro feminino legítimo. Essa era uma invasão de verdade. Não como aquela do primário ou a do oitavo ano. Essa era uma invasão realmente extraordinária. Não acha? Tá. Tá bom. A invasão do primário também foi muito boa, mas, agora, ali estavam eles. E esse era um banheiro de mulheres! Não de menininhas catarrentas sem curvas. Não. E pela primeira vez eles estavam ali. E sabe de uma coisa? Não era muito diferente de um banheiro masculino. Acho que a grande diferença é que ali não havia mictórios. Pelo menos, não a vista. Ah! E outra grande diferença é que estava muito mais limpo do quê qualquer um banheiro masculino.   
- Como assim tá vazio? – Gavin olhava ao redor estupefato. Nenhuma alma viva era identificada. Virava-se para Dave e virava-se para todos os cantos do banheiro. Nem Kate nem Michele. Ninguém estava ali além dos dois – Como assim tá vazio?
- Kate?- disse Dave baixinho. Quase um sussurro. Ele estava suando – Kate? – mais um sussurro.  Seu olhar era desesperado e dava pra perceber o tremor nas mãos. Dave limpou o suor da testa e respirou fundo. Não parecia estar muito bem. Sem Kate Davi não era nada.
- Isso não faz sentido! – exclamou Gavin – Não faz sentido! Não faz sentido! Não é Dave? Não faz sentido. – Gavin foi abrindo cada porta que separava as cabines do banheiro murmurando as mesmas palavras “Não faz sentido”. Nem Kate nem Michele apareceram. Aparentemente elas haviam evaporado. Sumido sem deixar cartas de despedida nem rastro algum – Impossível! Isso é impossível! Não é Dave? 
Dave permaneceu parado no centro do banheiro. Gavin continuou explorando todos os cantos a murmurar as palavras de incredulidade. Uma coisa curiosa sobre esse banheiro em específico é que não havia placas com avisos consideradas padrões de banheiros, tipo: “Lave as mãos antes de sair” ou “Não deixe as torneiras abertas” ou “Mantenha o banheiro limpo” ou “Se quiser transar vá a um motel e não a um banheiro” ou qualquer uma dessas placas loucas que se ver em banheiros. Tudo que havia colado numa das paredes azulejadas era um cartaz que dizia: “E se você estiver certo e eles errado?”. Dave ficou encarando o cartaz por algum tempo. Gavin continuou ou a explorar.
- O que isso pode significar? – perguntou Gavin – Não há nenhuma maneira de sair desse maldito banheiro a não ser através da porta pela qual entramos! Não faz sentido!
Dave continuava com o olhar fixo para o cartaz. “E se você estiver certo e eles errado?”
- Dave! Me ajuda a procurar elas. Estou vendo nas pias, veja nos vasos!  
Dave continuou com o olhar fixo no cartaz. “E se você estiver certo e eles errado?”
- Dave você acha que deveríamos chamar a polícia?
“E se você estiver certo e eles errado?”
- DAVE?! – perguntou Gavin – Você tá me ouvindo cara?
Dave continuou olhando para o cartaz. Nem um piscar. “E se você estiver certo e eles errado?” Dave deu uns passos se aproximando do cartaz. Encarou-o bem de perto e ergueu os braços. Com as duas mãos segurou firme em uma das pontas e arrancou fora o papel todo com um único movimento agressivo. E para a surpresa de todos, veja só, revelou-se uma passagem secreta! Sim. Uma passagem secreta!
- CARALHO! – exclamou Gavin.
Dave agora olhava abismado o buraco que se revelara na parede. Todos estavam completamente estarrecidos.
- Como você sabia?
Dave virou-se para Gavin.
- Sei lá! Estou tão surpreso quanto você, porra! – disse Dave – Mas que porra é essa?!
E o mais louco de tudo é que o buraco na parede tinha formato de boceta.
- Você acha que elas tão aí dentro?
- Só pode ser. É o único lugar que resta.
- E aí? A gente entra? – perguntou Gavin.
Mais uma vez Dave ficou dividido. Dilemas nunca fora seu forte. Uma parte dele sempre foi curiosa. No colégio, Dave foi o primeiro a descobrir(auto dedutivamente) que existem buracos negros gigantescos nos centros das galáxias, e assim continuou por muitos anos. Uma outra parte dele sempre foi covarde.  No colégio, Dave foi um dos últimos a protagonizar uma briga no recreio e, assim que protagonizou, levou uma surra daquelas. Então ele deveria entrar ou não? Ser valente, curioso, destemido ou ser um simples covarde? O buraco estava bem ali na frente dele. Bem ali. Era só escolher. Mas a dúvida. Ah... A dúvida. Ela mata. E as consequências poderiam ser aterradoras tanto para a decisão de não entrar quanto para a de entrar. Se ele não entrasse, correria o risco de perder Kate. A mulher da sua vida. Quem sabe o que poderia estar acontecendo lá dentro naquele exato momento? Um estupro? Um assassinato? Um ritual qualquer de alguma seita qualquer? E se realmente fosse o caso de ser um ritual, saiba que eles pegaram a mulher errada, pois Kate já não era virgem há muito, muito tempo mesmo. Mas, e se estivesse tudo bem? E se Dave entrasse no buraco e quando chegasse lá Kate estivesse bem? E se ela estivesse só retocando a maquiagem ou lavando o rosto ou só conversando sobre o último capítulo polêmico de Game of Thrones ou sei lá? Uma coisa é certa. Ela ia ficar puta. E Kate braba é um porre! E ela fica braba por qualquer coisinha de nada.
- Não sei...
- Cara, é um buraco misterioso com formato de boceta! Temos que entrar! – falou Gavin mais eufórico do que nunca. Tirou a câmera e começou a fotografar tudo aquilo. 
A verdade é que Dave sempre fora indeciso. Ele nunca soube qual sorvete escolher na hora da saída. Baunilha ou chocolate? Misto? “Não sei” era uma frase bem recorrente no repertório vocabulário dele e tomar decisões como esta era algo complicado. Muito complicado.
- Tá! – disse Dave – Vamos lá! Mas, sem câmeras!
Gavin guardou a câmera novamente com relutância, mas, pelo menos dessa vez ele já havia registrado umas boas fotografias.
Dave foi o primeiro a entrar. Apoiou o pé direito e depois, com certa dificuldade, enfiou o resto do corpo. O buraco era um túnel bem apertado, pra se mover lá dentro era necessário seguir feito um cachorro manco bêbado. Era úmido, escuro e quente.
- E aí? Tá vendo o quê? – perguntou Gavin que vinha logo atrás – A Kate tá pelada?
- Não! E vê se cala a maldita boca!
- Affs. Fala sério! Esse esforço todo tem que ser muito bem recompensado!
Continuaram seguindo com dificuldades, até mesmo porque o ambiente ali era sufocante e Dave estava se arrastando com todo o cuidado. O que podia estar em jogo era a vida de Kate e Michele. Todo o cuidado era pouco.
- Isso deve ser uma brincadeira... – Gavin pensou em voz alta – Algum tipo de pegadinha.  Deve ter uma porção de câmeras espalhadas por aí. A propósito, cadê o meu cigarro?
Seguiram mais um pouco até que chegaram ao fim do túnel. O tão esperado fim do túnel. Na porta dizia-se: U.T.E.R.O. Unificação tangente e retroativa opcional. Não faço a mínima ideia do que isso significa, se você tiver alguma ideia, me diga. Mais a baixo dizia: “Só entre se estiver acompanhada!”. Esse eu sei bem o que queria dizer e explica muita coisa. Dave deu uma última respirada funda e segurou o trinco, era pegajoso, girou-o e foi abrindo a pequena porta circular lentamente. De dentro da tal sala saiu um ar gelado e esfumaçado. Ah, que alívio. E pela fresta da porta Dave viu algo que nunca mais iria esquecer. Ali estavam as fugitivas danadinhas. Kate e Michele. As duas sentadas em uma mesa robusta, fumando charutos cubanos e bebendo uísque. Olha que Kate tinha deixado de fumar há dois anos.
- Elas estão bem... – anunciou Dave meio confuso. O que estaria acontecendo ali?
Kate e Michele riam alto. HAHAHAAHAHAHAHA. O que elas estavam falando? Entre cada tragada ouvia-se os risos e as palavras disformes. Nada era compreensível aos ouvidos de Dave. Nada.
- Estão bem...
Alguns minutos depois todos estavam lá fora. Mais uma vez estavam em frente ao banheiro feminino.  Kate foi apresentada a Gavin e Michele foi apresentada a Dave. Beijos foram trocados. Gavin e Dave portavam-se como se nada de estranho houvesse acontecido naquela noite de sexta feira. Michele e Kate portavam-se como se aquela fosse só mais uma noite qualquer em que o banheiro feminino fora usado. Não falaram sobre aquilo por um bom tempo. 

Ricardo Soares 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Juntando os cacos #3

MARÇO

- Porra! Acho que não fiz nada memorável. Esse mês tenho que escandalizar!

- Banheiro feminino (é um conto sobre um banheiro feminino. No próximo mês tenho que ter no mínimo 4 contos.)

- Porra! Não aprendi porra nenhuma.

- Li "Crônica de um amor louco" do Buk

- Publiquei o que "fiz".