Johny era um garoto bonzinho, porém, não tivera muita sorte na vida.
Aos dez anos de idade seus pais morreram e, desde então, Johny vivia sozinho.
E o pior de tudo. Johny tinha vizinhos funkeiros do pior tipo, os que escutam funk.
Mas mesmo assim, Johny pretendia passar um natal feliz.
Ele já tinha comprado os enfeites, o panettone, o refrigerante e o perú.
A TV estava na tomada e tudo o que faltava era a hora chegar e a programação de natal começar.
Johny já estava ansioso para ver "Esqueceram de mim" novamente.
Tudo estava indo bem, até inesperadamente o telefone tocar.
Era o patrão de Johny.
(originalmente publicado em um grupo de whatsapp)
"Johny venha ao trabalho! Você ficará com o turno da noite e da madrugada."disse o patrão com voz grosseira e ditatorial.
John trabalhava em um Mcdonald's 24horas e isso significava que ele teria que ir até o trabalho e permanecer lá até a manhã do dia seguinte.
Ou seja, lá se fora o natal em frente a TV que Johny tanto tinha planejado.
Johny pegou a sua bicicleta e seguiu cabisbaixo até o pequeno estabelecimento que ficava em uma rua pouco movimentada.
Quando Johny chegou já era noite e fazia frio. O tempo estava nublado e as estrelas mal apareciam.
Johny pensou "Meu patrão é um otário. Ninguém virá a um Mcdonald's 24horas em plena véspera de natal."
Passaram algumas horas e ninguém viera.
Mais um tempo e ninguém.
Ninguém. Nem um sequer.
Porém, de repente alguém disse "Uma casquinha mista por favor."
Johny virou-se, surpreso, e atendeu o jovem.
"Aqui está" disse Johny entregando o sorvete. "O que o trás a um lugar assim em plena véspera de natal? Você não deveria estar com a sua família, seus amigos ou sei lá?"
"Eu estava em uma festa." explicou o rapaz. "Mas eram todos uns imbecis. Então saí de lá para dar uma respirada."
"Hum. Entendo" disse John.
"Sabe, eu não tenho família." falou o rapaz comprador de sorvete.
"Que coincidência. Eu também não tenho."
E então os dois continuaram conversando pelo resto da noite.
Descobriram que tinham muito em comum e que o nome do rapaz comprador de sorvete era Tony.
No final, Johny já não queria ir para casa. Aquele era o lugar onde ele devia estar.
E, até hoje, Johny lembra daquele natal como um dos melhores.
Pois agora ele não estava mais sozinho.
Ele tinha um amigo.
Fim
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